Startups e a busca por um mundo para todos

Postado por: MATHEUS VIEGAS DE CAMPOS CAMACHO

Dia 28 de junho tivemos o Dia do Orgulho LGBTQI+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais e outras identidades de gênero e sexualidade não contempladas na atual sigla adotada, representadas pelo “+”). Você sabia que pesquisas apontam o Brasil como um dos países mais homofóbicos do mundo? Que no ano passado foram registradas 329 mortes por homicídio ou suicídio decorrente da discriminação? Este dado foi publicado este ano no relatório Mortes Violentas da População LGBT no Brasil, realizado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB).

Hoje há pessoas da comunidade à frente de grandes empresas de tecnologia — tal como é o caso de Tim Cook, CEO da Apple, considerada a marca mais valiosa do mundo. Esse protagonismo é importante, é claro, mas não resolve todas as questões de representatividade. É por isso que o mercado de inovação também propõe produtos e negócios que ajudam a promover a inclusão LGBTQI+. O ambiente de startups e de espaços de trabalho compartilhados ficaram bastante conhecidos nos últimos anos como abertos e inovadores – “o lugar ideal para projetos disruptivos e novos insights ”.

A StartSe, uma escola de negócios, fez algumas entrevistas que ajudaram a compreender melhor o cenário com algumas informações dadas pelos entrevistados. Apontam que o mercado tradicional não é muito acolhedor e chega a gerar conselhos como, por exemplo, se ele for da comunidade LGBTQI+, para ser mais discreto em entrevistas, para não perceberem sua orientação sexual. Já espaços coworking e startups são ambientes nos quais há mais diversidade. São ambientes que proporcionam uma maior liberdade para ser que se é, uma sensação maior de pertencimento e, por consequência, maiores chances de gerar paixão pelo trabalho por propósito.

Em ambientes que se respira diversidade, o objetivo é ser natural ao ponto de que as pessoas não se sintam minoria, se sintam em casa. Gay Homestays, Strapping, My Gay Trip, Sonder, Todxs e Camaleão são exemplos de startups que estão fazendo do mundo um lugar mais colorido e de todos.

Os ambientes de inovação são certamente mais dispostos a abraçar temas diferentes e novas formas de trabalhar. Apesar de ainda ser possível verificar certas práticas discriminatórias em alguns locais, certo é que há muito menos tradicionalismo do que nas grandes empresas, o que faz desses espaços locais de maior inclusão.

Abrir e ser transparente é muito difícil, é processual e demorado, mas há um esforço real. Podemos caminhar devagar, mas não estamos parados. É muito importante não perder a perspectiva de que sim, estamos nos movendo em direções produtivas.

Fontes: https://www.startse.com/noticia/nova-economia/startups-lgbt-diversidade

http://www.freetheessence.com.br/nova-economia/modelos-disruptivos/startups-lgbt/

http://grupogaydabahia.com.br/relatorios-anuais-de-morte-de-lgbti/