Feliz dia do amigo!

Postado por: danillo.carvalho

Algumas de nossas empresas incubadas são formadas por amigos que resolveram empreender. Convidamos três delas para falar sobre as questões relacionadas ao desenvolvimento dos seus empreendimentos e a relação de amizade que os sócios possuem. Uma dessas empresas é a Eng Energia, do ramo de soluções tecnológicas em energia elétrica. A outra empresa é a Labmol Vet, que realiza exames laboratoriais no ramo da medicina veterinária. E a terceira empresa é a Sobios, que realiza a criopreservação e o fornecimento de células tronco para animais e a criopreservação para humanos. 

Veja o que essas empresas têm a dizer sobre negócios de sucesso e amizade.

 

 

 

 

A Empresa Eng Energia tem como sócios dois amigos que já trabalhavam juntos em um outro empreendimento que acabou não dando certo. Então, os amigos Lucas Aguirre e João Carlos Siqueira se reuniram, conversaram e decidiram criar a Eng Energia. Eles acreditam que o fato de os dois serem muito diferentes contribuiu para que o empreendimento desse certo, pois essas diferenças ajudam muito no diálogo, nas conversas, a se entenderem melhor e na solução dos problemas, já que estão há cinco anos com a empresa e ela só tem crescido cada dia mais. Quando se reúnem fora do ambiente de trabalho, os dois pescam e fazem churrasco juntos. Acreditam que a amizade que possuem representa muito para o sucesso da empresa.

 

 

 

amigoslabmol

De acordo com Jessica Teles, da empresa Labmol Vet: “A amizade não é algo que se constrói do dia para noite e depende principalmente da confiança mútua. Eu e o Rodrigo nos conhecemos há mais tempo do que imaginam. Éramos vizinhos, estudamos no mesmo colégio desde o ensino fundamental, fizemos o mesmo cursinho pré-vestibular na UFMS, então passamos na mesma faculdade (UFMS), no mesmo curso (medicina veterinária) e na mesma chamada (2ª chamada kkkk), mas até então, não tínhamos uma amizade. Até que decidimos fazer residência em medicina veterinária preventiva, os 2 anos pós formados que tivemos de muito aprendizado e muitas horas de PAAFs de linfonodos para pesquisa de Leishmania sp. que tivemos foi o início da construção da nossa amizade. Terminado esse período, não seguimos o mesmo caminho, ele iniciou o mestrado com o professor Carlos Ramos e eu não consegui entrar de imediato no mestrado, pois a vaga do meu orientador Fernando Paiva não havia sido ofertada naquele semestre, acabei entrando no semestre seguinte. Com as matérias mais avançadas e dentro do prazo, o Rodrigo conseguiu o seu título dentro dos 2 anos. No semestre em que eu não entrei no mestrado pós residência eu tive que trabalhar em clínicas veterinárias, mas infelizmente não foi na minha área (medicina veterinária preventiva) até porque não tinha campo para isso de imediato (que seria um concurso público ou laboratório). Mesmo entrando no mestrado eu me mantive trabalhando até porque havia recém-casada com o Cláudio e estava construindo o meu lar, nesse meio tempo o Rodrigo também conheceu a Bruna sua esposa. Eu não estava me sentindo feliz onde eu estava trabalhando, embora eu trabalhasse de todo meu coração, eu desejava muito trabalhar na minha área e ao mesmo tempo dar conta das minhas atividades acadêmicas, mas como isso se tornaria realidade?  Foi então em uma conversa com o professor Carlos (orientador do Rodrigo) onde tínhamos também um vínculo de amizade (pois ele foi meu coorientador do meu TCC na graduação) que ele trouxe a ideia de abrir uma empresa que faria exames na área de biologia molecular, realizando PCR na área de medicina veterinária, onde ainda não eram ofertados os exames que hoje estamos realizando. Por volta de outubro 2019 veio a seleção da PIME, então eu conversei novamente com o professor Carlos e eu já tinha em mente em chamar o Rodrigo para ser meu sócio, uma vez que já trabalhamos juntos e não nos matamos por isso kkkkk, brincadeiras a parte, isso foi muito importante, pois somos pessoas muito diferentes, mas que dentro das diferenças a gente se complementa, enquanto que ele sabe resolver qualquer problema que venha aparecer no decorrer dos exames e também é ótimo em falar em público e eu já conhecia muita gente (porque eu trabalhei em clínicas veterinárias) e também acredito ser mais organizada que ele no laboratório kkkkk, vale ressaltar que ambos temos alta eficiência nos exames e isso foi muito importante também para o nosso serviço em equipe. Então entramos na nossa primeira seleção da PIME para empresas incubadas e conseguimos a aprovação no final de 2019. Até que o Rodrigo finalizasse o mestrado em março de 2020 para que a gente pudesse constituir a nossa empresa. Então veio a pandemia, lockdown, isso foi um grande desafio, pois até então eu trabalhava, e isso em 2 empregos e ainda estava no mestrado, com a pandemia um dos meus empregos fechou as portas e no outro eu fui demitida, o Rodrigo sem a bolsa do mestrado e eu sem renda, e ainda no lockdown, sem que a universidade pudesse abrir onde trabalharíamos, o que poderíamos fazer? Bom, conversamos com os diretores da Famez e do Hospital Veterinário e incubamos a nossa empresa oficialmente dentro do Laboratório de Biologia Molecular da UFMS e começamos oficialmente há 1 ano, quando recebemos os nossos primeiros exames em junho de 2020, tudo remotamente, e com muita garra e fé em Deus fomos crescendo mês após mês, e se não fosse por esse trabalho em equipe, não estaríamos aqui contando a nossa história, pois eu acredito que hoje não somos apenas amigos, mas eu considero como uma família, a família Labmol Vet e a família da medicina veterinária preventiva em que digo ser muito maior do que vocês imaginam.”

Segundo Silvia Neves, da empresa Sobios: “Meu nome é Silvia Neves e juntamente com o meu amigo Rodrigo Oliveira sonhamos e idealizamos a Sobios. Mas, para que essa empresa se tornasse realidade, ainda precisamos do apoio da Dra. Andréia Antoniolli, da Larissa Hermeto e da Thais Farias. Rodrigo e eu nos conhecemos quando trabalhávamos na Coordenadoria de Educação Aberta e a Distância (CED). Ele era professor do curso de Biologia e eu da Equipe Multidisciplinar. Lá já havíamos desenvolvido vários projetos em conjunto. Todos de sucesso. 

Uma aluna de doutorado do Rodrigo dividia apartamento comigo. Assim, eu acabei indo ajudar em alguns dias de experimento sob a supervisão dele. Foi uma paixão à primeira vista. Apesar de formada em Sistema de Informação, ao ajudar nos experimentos de carcinogênese, descobri que queria também fazer isso. Essa experiência me levou a fazer o reingresso na UFMS como portador de diploma de nível superior. Assim, trabalhava na CED, em período integral, e fazia Biologia no período noturno. A paixão foi tão grande que no ano seguinte prestei a seleção de Mestrado no Programa de Pós-graduação de Ciências Farmacêuticas. Ao ser aprovada deixei minhas atividades na CED e fui me dedicar integralmente à Biologia. Assim, fazia mestrado em período integral e Biologia à noite. Ao longo desse tempo fui acumulando experiências, aprendendo as técnicas que o laboratório desenvolvia. Ajudando na padronização de técnicas novas. O amor pela Ciência e pela Biologia só cresceu. Por isso, prestei o Doutorado no Programa de Pós-graduação em Saúde e Desenvolvimento na Região Cento-Oeste. Ainda estou cursando esse doutorado e foi nesse período que conheci as células-tronco que são meu objeto de pesquisa e a base para a formação da Sobios Terapia Celular e Medicina Regenerativa. Nós já havíamos conversado muito sobre criar essa empresa. Mas, pelos altos custos era muito difícil. Essa conversa foi forjada nos bancos acadêmicos, nas muitas horas de viagens (porque viajávamos para Minas Gerais todo final de ano já que eu passava as festas com a família dele, dentre outras viagens para congressos e lazer) e até nos restaurantes e bares. Olha nós adoramos comer e sempre que possível, antes da pandemia, saíamos para experimentar diversos sabores da culinária da nossa cidade, do nosso estado e de outros estados. Nossas viagens sempre envolviam roteiros gastronômicos e muitos sonhos e dentre eles a Sobios era o sonho recorrente. 

Eis que a oportunidade surgiu com o Edital do Centelha. A ideia já estava pronta na nossa cabeça há bastante tempo. No entanto, era preciso colocá-la no papel. Fizemos isso em meio a uma viagem. Parte das etapas do Centelha fizemos quando estávamos em uma viagem visitando amigos em São Paulo (Edna, Márcio e o pequeno Pedro). Foi do sofá da casa deles que conseguimos a aprovação do Centelha. Nós não tínhamos nenhuma experiência com os termos do empreendedorismo. Mas, tínhamos muita vontade de realizar esse sonho.

Após a aprovação do Centelha iniciamos a batalha para conseguir incubar a Sobios na Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP). A batalha foi difícil e chegado um dado momento descobrimos que estávamos no caminho errado. Recomeçamos tudo. De diferentes formas até conseguirmos a incubação na PIME. Achávamos que os problemas estavam resolvidos. E não estavam. Chegou um momento que estávamos incubados na UFMS. Mas, o laboratório que abrigaria a Sobios, a Centro de Estudos em Células Tronco, Terapia Celular e Genética Toxicológica estava no HUMAP. Mais uma vez estávamos naquela situação difícil. Pensamos em jogar a toalha. Mas, a força da amizade nos fez renascer mais de uma vez. Agora estamos incubados tanto na PIME/UFMS como no HUMAP. Assim, conseguimos de fato compartilhar os espaços que precisamos para a realização do nosso sonho que foi difícil. Mas, já estamos colhendo os primeiros frutos. Sabemos que por mais difíceis, tortuosos e cheio de obstáculos que os caminhos possam ser; a amizade pode nos dar forças para seguir em frente e foi assim conosco. Muitos momentos de desânimo coroados por muitos outros de incentivo. O incentivo sempre foi a base de tudo e ele sempre foi mútuo devido à nossa amizade. Então se podemos dizer que a Sobios é realidade é porque a amizade superou todas as dificuldades.”

Texto: Evelyn Espíndola.

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