#NoMercado – Química
A despeito das dificuldades, cresce a presença de startups nas atividades industriais, até no setor químico (histórias de startups do setor nas próximas páginas). Difícil imaginar espaço para elas em um mercado dominado por enormes transnacionais, mas fatores como necessidade de produtos mais afeitos à sustentabilidade ambiental, mudanças nos processos produtivos e a evolução dos modelos de relacionamento com outros integrantes da cadeia fazem com que até os grandes players se tornem agentes de promoção de startups.
Embora os projetos fundamentados em tecnologia da informação e da comunicação ainda sejam amplamente majoritários, startups vinculadas à manufatura começam a se tornar mais comuns. Nesse segmento, a indústria química constitui universo particularmente promissor: “Há nesse setor oportunidades em segmentos como a química verde, a impressão 3D – que exige novos materiais –, e a nanotecnologia”, especifica Hudson Mendonça, diretor do comitê de CleanTech da Associação Brasileira de Startups – ABStartups (propondo bens e serviços ambientalmente mais amigáveis, o conceito cleantech, aliás, sustenta muitos projetos de inovação na indústria).
Na realidade, pode-se inovar em qualquer atividade, pondera Cassio Spina, fundador e presidente da Anjos do Brasil (entidade que congrega investidores que destinam recursos a startups). “Inovação não se refere apenas a produtos, mas também a processos e modelos de negócios”, argumenta.
Exemplo de instituição com recursos alocados em startups do setor químico é a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que já destinou R$ 2 milhões para a IQX, startup abrigada em uma incubadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) cujo portfólio inclui aditivos para recuperação de borracha e para confecção de materiais com proteção contra descargas eletrostáticas. Oriundos de um programa denominado Pipe (Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas), tais recursos visam também inserir a IQX no mercado internacional.
Fundada em 2011 por Silmara Neves e Carla Fonseca, ambas formadas em Química pela Unicamp, a IQX disponibiliza duas linhas de produtos: IQX Eco-resinas Condutivas e IQX Regenera, destinadas, respectivamente, a conferir condutividade elétrica a materiais e a recuperar borracha descartada. Abrigada no Ciatec (incubadora da Unicamp), a IQX já tem clientes em empresas de setores como embalagens e artigos de borracha, mas visa também mercados como as indústrias têxtil, fabricantes de tintas e produção de eletroeletrônicos, entre outras. “Estamos consolidando parcerias nos segmentos de borracha, tintas e embalagens, que estão permitindo a customização dos produtos para diferentes aplicações industriais”, revela Silmara, que atualmente se responsabiliza pelas atividades administrativa e comercial da empresa (sua sócia Carla se dedica mais a P&D e produção).
A matéria ainda conta a trajetória das startups Rochmam, IPOL e GlobalYeast, leia mais sobre cada uma delas!
Fonte: https://www.quimica.com.br/startups-jovens-empreendimento/